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Passatempo «Cozinha Tradicional Portugal» e «A Minha Primeira Cozinha Tradicional Portuguesa»

Quarta-feira, Novembro 28, 2012

É com muito gosto que recebo aqui no meu blog mais um passatempo!

A editora BABEL acaba de reeditar o célebre livro «Cozinha Tradicional Portugal» e de editar «A Minha Primeira Cozinha Tradicional Portuguesa».
Ambos livros de um enorme interesse gastronómico.
Para comemorar o lançamento destes livros, e em parceria com a editora BABEL, vou lançar aqui no blog um passatempo 🙂

Numa época em que a tradição está cada vez mais na ordem do dia, e chegados que estamos ao Natal, época de tradições e de família, peço que me digam, através de um comentário aqui no blog ou na página de facebook do blog [clicar para aceder]qual a receita tradicional Portuguesa que mantêm na memória desde crianças e porquê.



Podem participar nos dois locais, e com quantos comentários desejarem.

Não precisam deixar grandes testamentos, apenas o essencial para que se perceba como uma receita consegue fazer-nos voltar a ser crianças, a sentir de o cheiro do Arroz-Doce da Avó acabado de fazer ou a deixar na boca o sabor que aquele pudim que a Tia Maria fazia sempre que a visitávamos 🙂

O passatempo começa hoje, quarta-feira, e prolonga-se até quarta-feira da semana que vem, dia 5 de Dezembro.
Na Quinta-Feira, 6 de Dezembro a BABEL escolherá os comentários vencedores e divulgarei aqui no blog e também no facebook do blog.

Os vencedores poderão inclusive aproveitar para ter o seu exemplar autografado na sessão de lançamento dos livros que decorrerá no dia 7 de Dezembro, pelas 18H30, no Restaurante do El Corte Inglés, em Lisboa.

Teremos 4 prémios:
UM EXEMPLAR do livro «Cozinha Tradicional Portugal», de Maria de Lourdes Modesto

e TRÊS EXEMPLARES do livro «A Minha Primeira Cozinha Tradicional Portuguesa», de Gisela Miravent, com apontamentos de Maria de Lourdes Modesto e ilustrações de Bernardo Carvalho.

A escolha dos vencedores ficará a cargo da editora BABEL.

cid:77A62511-0793-4E27-89C2-38BFCA57959AMARIA DE LOURDES MODESTO é autora de obras conceituadas e de numerosos artigos para a imprensa, revisões e adaptações de obras estrangeiras, pesquisadora incansável dos usos e costumes da boa cozinha tradicional, calcorreou Portugal de lés a lés, ouvindo e fixando histórias, conhecendo gente, comendo bastante e bastante bem. Fez rádio, uma experiência que a fascinou, deu aulas, participou em eventos e feiras, honrou e foi honrada. Tornou-se sobretudo conhecida do público português por causa dos seus programas de culinária para a televisão. Foi, de resto, fruto do seu pedido direto de receitas tradicionais portuguesas às donas de casa que assistiam aos seus programas, por detrás dos montes longínquos e do meio das searas perdidas, que a sua obra central, a «Cozinha Tradicional Portuguesa», acabaria por nascer. 
«Receitas Escolhidas», «Cozinhar com Vegetais», «Queijos Portugueses», «Cogumelos – Do Campo até à Mesa», contam-se entre mais algumas das suas obras empenhadas, que espelham, também, a sua vertente de defensora de uma dieta equilibrada e salutar – que muito preza. Nessa qualidade, foi membro fundador e responsável do pelouro da alimentação da Fundação Portuguesa de Cardiologia e consultora do Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva. Foi ainda professora da cadeira de Técnica Culinária na Escola de Dietistas da Universidade de Coimbra. A sua dedicação e obra foram reconhecidas pelo Estado Português, que lhe conferiu a comenda da Ordem de Mérito. Maria de Lourdes continua a trabalhar. Ultimamente vestiu a pele de uma avó fora do vulgar, que viaja pelo País para dar a conhecer aos mais novos a velhinha cozinha tradicional portuguesa. Deu por si outra vez envolvida e apaixonada pelas gentes e os seus costumes. 
Gisela Miravent nasceu em Luanda, em 1973. Formou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e tem trabalhado sempre nas áreas da edição, revisão literária e ilustração. Passou pelo comissariado do Pavilhão de Portugal durante a Expo’ 98, onde coordenou um programa de participação de escolas públicas. Foi coordenadora editorial da revista de bordo da Tap Portugal ao longo de oito anos, sendo também autora de numerosos artigos aí publicados. Trabalha atualmente na Assembleia Municipal de Lisboa, num projeto dirigido às escolas de 1.º ciclo da cidade. Realizou, durante alguns anos, trabalhos de ilustração para a Fundação AMI, a título voluntário, nomeadamente para as Agendas Escolares e o livro «Histórias para Não Adormecer, vol.II». Criou uma sólida e terna amizade com Maria de Lourdes Modesto, há já alguns anos. 
cid:DA963F8C-129B-40EA-9F02-A5BEF54C24BEBernardo Carvalho é ilustrador e designer gráfico. Nasceu em Lisboa em 1973. Frequentou a Faculdade de Belas Artes da mesma cidade. É um dos co-fundadores do Planeta Tangerina. Em 2008, com o livro «Pê de Pai», ganhou uma Menção Honrosa no Prémio Best Book Design from All Over the World promovido pela Book Art Foundation. Em 2009, foi um dos vencedores do 2nd CJ Picture Book Awards (Coreia), com o livro «As Duas Estradas». No mesmo ano ganhou o Prémio Nacional de Ilustração com o livro «Depressa, Devagar». Já em 2011, o álbum «O Mundo num Segundo» foi distinguido como um dos melhores do ano pelo Banco del Libro da Venezuela.
O lançamento do livro «A Minha Primeira Cozinha Tradicional Portuguesa» irá realizar-se no dia 7 de Dezembro, pelas 18h30, no Restaurante do El Corte Inglés (Lisboa).
A apresentação ficará a cargo de Simonetta Luz Afonso e de José Avillez.
Ficam desde já todos convidados 🙂
[O envio do prémio é efectuado apenas para Portugal]
74 Responses
  • Ana Rita
    Novembro 28, 2012

    Quando me lembro de ser pequenina, lembro me da minha avó, da sua cozinha e das suas mãos numa tina de barro enorme. daquele corpo minúsculo, mas com a tenacidade do povo alentejano, que amassava a massa, de odor doce das laranjas e da aguardente, das filhoses (assim me ensinou como se escrevia o meu avô). Mas por incrível que pareça, as filhoses dela eram ainda melhores nos dias seguintes, quando estavam mais duras e era essa memória que guardei com muito carinho, as Filhoses à moda do Alentejo,à moda da minha avó.
    bjoka
    Rita

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Obrigado Rita por partilhares esta tua memória tão ternurenta!
      beijinhos e boa sorte 🙂

  • isa
    Novembro 28, 2012

    Não aparecem as fotos… 🙁
    Uma belíssima ideia!
    Beijo.
    isa.

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Isa, eu consigo ver bem as fotos…
      Tenta de novo por favor e se continuares com problemas avisa-me, sim?

      Beijinho.

    • Sónia Meirinho
      Novembro 28, 2012

      Não é preciso pensar muito para dizer aqui qual a receita que mais me marca desde pequenina. Já falei dela no meu blog mas faço questão de a escrever hoje aqui. É então o famoso bacalhau temperado que os meus queridos avós sempre fizeram em casa deles. Desde sempre que gostava de o comer com o belo do pão e isso ficou para sempre. Hoje, eu com quase 25 anos de idade, fazem questão de fazer propositadamente esta receita para mim quando sabem que lá vou a casa. O meu avô chega-se a mim e em jeito de segredo susurra-me ao ouvido " Tenho ali bacalhau!". 🙂
      É um pequeno mimo do tamanho do mundo e é das coisas e gestos mais carinhosos que me lembro.

      Adorei este passatempo… lembrar estas coisas deixa o olho a brilhar, e mais agora 🙂

      Beijinhos

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Conheço a tua história e a dor que sentes com a distância… mas quem amamos está sempre perto 🙂 Beijinhos!

  • O Barriguinhas
    Novembro 28, 2012

    Na verdade o meu gosto pela cozinha foi muito auto didáctica. Não tive uma avó que partilhasse comigo os saberes culinários, nem que comigo fizesse bolinhos junto à lareira! A minha mãe trabalhava muito e o que cozinhava era o básico para uma família numerosa e sempre a pensar na poupança diária para colocar comer na mesa. Muitas vezes não comeu a refeição para que nós a desfrutássemos! Mentia com sorriso cheio de ternura:
    – "Mãe, não comes porquê?"
    – "Come filha, a mãe já comeu enquanto fazia o jantar!"
    Voltando ao que me trás por cá, guardo com carinho a recordação de uma sopa de tomate que a minha mãe fazia tão bem… Eu adorava o sabor e o cheirinho que deixava pela casa e com ovo escalfado! Humm, que memória tão boa mãe! Obrigada Mãe!

  • Anónimo
    Novembro 28, 2012

    Para mim o Natal quer dizer que o meu pai colocar as mãos na massa e vai amassar as filhoses que depois de levedadas a minha vai frita las com td o Amor e Paixão, entretanto já na mesa tb havia as belas rabanadas e o bolo rei pk o da rainha pouco ou nada se ouvia falar.Mas sim as filhoses são receita que me marca mais no Natal. Hélia

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      O Natal é mesmo a altura do ano que melhor recordações nos traz!

  • vera reis
    Novembro 28, 2012

    é incrivel como atribuimos marcadores ás nossas memórias de infancia, sejam eles, cheiros, sabores, imagens…. Ervilhas com ovos escalfados é o prato que me faz flutuar até lá, prato esse k ainda amo…leva-me de volta ao tempo em que a minha avó ou a minha tia me pediam para descascar as ervilhas, e lá estavamos nós todas numa mesa tipica alentejana,camilha redonda, com braseira por baixo, para nos aconchegar do frio, para mim era um fascinio poder contribuir para a preparação da refeição da familia, e fazia-me sentir já adulta e responsável…. que lindas recordações, tempos que jamais voltam, a não ser mesmo no nosso pensamento, por isso mesmo temos que os aproveitar ao máximo, cada cheiro, cada sabor, cada imagem…e transmitir isso tambem aos nossos filhos e netos….para que lhes possamos deixar recordações como nós temos dos nossos pais e avós….

  • PS
    Novembro 28, 2012

    O meu Natal tem sempre um cheiro característico.

    Não, não é o cheiro da massa frita das filhoses ou dos sonhos; não é o cheiro da canela misturada com o leite cremoso do arroz doce adocicado com baunilha e tampouco é o aroma do delicioso peru que saí do forno com aquela cor tostada. Na casa da minha avó há tudo o que referi anteriormente, mas o meu cheiro favorito é o do bacalhau.

    Aquele bacalhau, o tal que aquece o coração como a lareira me aquece o corpo. Esse bacalhau, que alegremente denomino Bacalhau à Moda da Vovó é tão simples de fazer, tão rápido e ainda assim, parece um pedaço de Olimpo, dessa terra mítica que conhecemos em sonhos. O bacalhau da vovó marca o meu Natal, todos os anos. Não passo um único ano sem que o coma, sem que deixe que o sabor do refogado do bacalhau misturado com o leite e as batatas fritas me preencham por completo.

    Dentro de menos de um mês estarei, se Deus quiser, sentado na mesa redonda da casa da avó, com a minha família, e desfrutar do delicioso bacalhau; esse que por mais que tente fazê-lo nunca me sai igual; esse que só a avó sabe fazer porque só ela consegue misturar aquele ingrediente secreto e misterioso de amor e carinho; esse que torna tudo tão mágico e que liberta a magia do meu Natal 🙂

    Beijinhos*

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Espero que o teu Natal e o da tua família seja repleto de paz e amor!
      Beijinho e obrigado pelo comentário e participação!

  • maria cachucha
    Novembro 28, 2012

    tenho-me por boa cozinheira e nunca consegui fazer um leite-creme.
    a minha mãe é daquelas cozinheiras à antiga, de tudo a olho e a colheres de sopa, e a mim repugna-me a incerteza da medida de uma mancheia disto com uma chávena daqueloutro. comigo, é tudo a peso, com ciência à mistura, que a cozinha é mais feita de transpiração do que de inspiração.
    e, no entanto, não atino com o leite-creme.
    todos os anos é a mesma coisa. ligo à minha mãe a perguntar-lhe onde é o ponto em que se deve tirar o creme do lume. e todos os anos ela se ri e me diz o mesmo "ó filha, é quando já está com ar de leite-creme".
    e eu, frustradíssima, com balanças electrónicas e conversões de medidas na internet e todos os truques e mais algum (leite só gordo, o mais gordo possível; farinha só maizena, não me venham com imitações; gemas só à temperatura ambiente não talharem), a despejar para um prato uma lástima de leite-creme que, juro pelas almas, foi feito à risca, com precisão à grama, e que, ainda assim, parece um molho béchamel mal-amanhado de pacote ou uma mistura grumenta de leite com cimento.
    e a minha mãe, com ar de gozo, a mexer o dela que é feito com sabe-se lá que farinha haja, leite meio-gordo "que é o que se gasta cá em casa" e que depois, juro, não ferve nem borbulha nem talha nem engruma nem nada e ela apresenta perfeito, ainda quentinho, com um travozinho a limão e a infância.

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Li o teu comentário e revi-me em alguns aspecto relativamente a certo tipo de receitas que, por muito que me esforce nunca ficam sequer parecida às da minha Mãe! E ela também faz tudo "a olho"!
      Beijinho!

  • Alcina
    Novembro 28, 2012

    Muito interessante este desafio, porque tudo que mexe com as nossas boas memórias nos faz bem e gostamos sempre de falar sobre isso.
    Para mim existem duas coisas que me ficaram na memória afectiva e gustativa, uma é o arroz doce como não podia deixar de ser feito pela minha avó, com leite de cabra acabado de tirar, uma delicia…
    A outra tem mesmo a ver com esta quadra natalícia e são as filhoses que se usam lá na minha terra, amassadas á mão pela minha avó antes de jantar na véspera de natal, a levedarem ao pé da lareira, enquanto jantávamos e a seguir ao jantar, a minha avó a estender, o meu avô a virar e eu primeira e única neta durante muito tempo a por a mistura de açúcar e canela depois de tiradas da frigideira, enquanto o resto da familia comia e conversava em frente á lareira….uma delicia de recordações

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Também acho que devemos sempre recordar o que é bom e o que nos faz feliz!
      É essa a minha intenção!
      Agradeço a tua participação.

  • anabelacampus
    Novembro 28, 2012

    -Não comas com as mãos, filha! – Dizia a minha avó.
    – Mas eu gosto é assim! – atalhava eu, fugindo rapidamente com uma grande fatia na mão.
    Era assim a aletria da minha avó: de cortar à faca e de comer ao dedo…
    Lembro-me do cheiro a canela que ficava na cozinha, dos desenhos que com carinho e cuidado ela esboçava sobre o fundo amarelinho, feito com ovos caseiros: umas vezes o meu nome, outras vezes o nome de outro neto. E eu comia o meu A de Anabela, mas também o D de Daniel, o I de Isa ou o J de Jorge. Qualquer fatia letrada me sabia a promessa de histórias que ela me contava à lareira.
    E quando acabava a história, eu pedia: – Avó, tenho fome… apetecia-me uma aletriazinha…

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Curioso que a minha Mãe e a minha Avó também faziam as letras do alfabeto em canela na decoração do arroz doce!!!!

  • Paula Vieira
    Novembro 28, 2012

    Vêm-me à memória as noites de Natal, passadas junto da familia e de ver a minha mãe a fazer as filhoses de abobora, bem amassadinhas no grande alguidar de esmalte, que depois ia para baixo de um belo cobertor de papa, quentinho quentinho, que as fazia levedar, que era uma beleza. Hum que cheirinho quando acabadinhas de fritar e bem envoltas em açucar e canela faziam as nossas delicias. Belas recordações, embora a minha mãe ainda esteja viva, já não é ela que as faz.

    Paula Vieira

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      As noites de Natal passadas em família são sempre inesquecíveis!

  • cristina fonseca
    Novembro 28, 2012

    O Natal lembra-me sempre as filhoses da minha avó Adelina. Ajudava-a sempre a amassar a massa, e lembro-me bem do esforço necessário para o fazer. Sempre temos a ideia que as avós são frágeis , mas a minha não … é a mais forte do Mundo! Ainda hoje acho que o segredo era aquela gotinha de águardente que eu e ela, cúmplices, saboreávamos às escondidas 🙂

    • Luísa Alexandra
      Novembro 28, 2012

      Aguardente é mesmo potente!!! E dá um sabor tão bom!
      Beijinho e obrigado.

  • Silvia
    Novembro 28, 2012

    No natal lembro-me sempre das filhoses da Beira Baixa que a minha avó fazia. Ela apesar de pequenina ela sovava muito bem a massa e tendia nos seus joelhos. Eu miúda deliciava-me a olhar para ela… eram tão boas e deliciosas… enquanto as fritava estava sempre a ralhar comigo, não comas tantos cadarrabos ( bocados da massa que ficavam mais secos). a minha mãe ainda hoje as faz e eu também já experimentei mas não são iguais ás da minha avozinha, essas tinham um sabor muito especial..
    Ainda hoje se fazem estas filhoses, porque para a minha avó ( muito velhinha já), natal sem filhoses não é Natal, mas já não tem o saborzinho especial que só ela sabia fazer….

    • Luísa Alexandra
      Novembro 29, 2012

      Acho que é das receitas obrigatórias em todas as mesas de Natal!

  • Magda Lindo
    Novembro 28, 2012

    Receita – Broinhas de Natal

    Era uma vez…
    Uma menina pequenina, a benjamim da família, que na manhã de 24 Dezembro acordava bem cedinho e descia as escadas ainda de pijama rumo à cozinha do forno.
    A sua mãe já lá estava toda atarefada a acender o forno a lenha e a cozer as batatas e a menina perguntava: Mãe porque não me acordas-te? Não começas-te sem mim pois não?
    E então começavam a fazer as broinhas de Natal, onde o papel da menina era partir e cortar os ovos e os frutos secos e o da mãe era amassar muito bem a massa. Depois tendiam pequenas broinhas que levavam ao forno de lenha. E o cheiro quando ficavam prontas? E comer a primeira broinha quentinha acabadinha de sair do forno? Hummmm….. Recordo como se fosse hoje…

    E acreditam que esta menina cresceu mas este ritual manteve-se enquanto eu vivi em casa da minha mãe? E no primeiro Natal na minha casa nova senti tanta falta das broinhas da mamã (ainda para mais estava grávida) que lhe telefonei a dizer que ia lá ter para ajudar e fui …. E sei que ela gostou tanto ou mais ainda do que eu de continuar a tradição e fazer as broinhas com a filhinha caçula….

  • Silvia
    Novembro 28, 2012

    No natal lembro-me sempre das filhoses da Beira Baixa que a minha avó fazia. Ela apesar de pequenina ela sovava muito bem a massa e tendia nos seus joelhos. Eu miúda deliciava-me a olhar para ela… eram tão boas e deliciosas… enquanto as fritava estava sempre a ralhar comigo, não comas tantos cadarrabos ( bocados da massa que ficavam mais secos). a minha mãe ainda hoje as faz e eu também já experimentei mas não são iguais ás da minha avozinha, essas tinham um sabor muito especial..
    Ainda hoje se fazem estas filhoses, porque para a minha avó ( muito velhinha já), natal sem filhoses não é Natal, mas já não tem o saborzinho especial que só ela sabia fazer….

  • Cantinho da Partilha
    Novembro 28, 2012

    Aí o Natal…a minha época favorita, para além de ser um mês de festas (muitos aniversários), reporta-me à minha infancia, que graças a Deus todos os anos é recordada na minha casa…
    Para mim o natal tem sabor a arroz doce…Somos 6 irmãos…a minha mãe nem sempre tinha oportunidade de ter mesa farta e nesse dia era especial. Mas para nós era sem duvida a cofecçao dos doces e preparativos. No final de cada iguaria os tachos eram "raspados" por nós e eu ficava sempre desejosa que me "calha-se" o tacho do arroz doce.
    Sabores de infancia…igualavéis.
    Obrigado pelas partilhas 😉

  • Mena Lopes
    Novembro 28, 2012

    Desde que emigrei, as coisas mudaram e o Natal já não se vive como antigamente! E hoje ao ver-te por terras da Maria da Fonte, inevitavelmente, fez-me lembrar a minha avó materna! Pois e no Natal também! Quando ela vinha passar o Natal connosco a Viseu, tinha que trazer sempre um pãozinho de lá, e fazia com ele um doce típico da zona a que chama Formigo. É do genero de uma açorda doce, com este pao, canela, pinhões, passas, casca de limão… Ai até parece que sinto todos os aromas! Mas tinha que ser a minha avó a fazê-lo, os da minha mãe não eram a mesma coisa! 🙂
    Beijinho Luísa

    • Luísa Alexandra
      Novembro 29, 2012

      O Natal somos nós que o fazemos 🙂
      Enquanto acreditares e fizeres por isso há-de ser sempre especial.

      Beijinho.

  • A Delicodoce
    Novembro 29, 2012

    Por esta altura do ano, fui habituada a ver aqui por casa, prateleiras decoradas com taças de marmelada e frascos de geleia num símbolo de reserva para a próxima estação.
    Essas iguarias eram feitas em grande ritual pela minha Avó e Tia-avó ocupadas por longas tardes de vagares, de conversas amistosas e gestos peculiares. Sentadas na cozinha perto da janela, a luz iluminava-lhes o rosto que fora lindo outrora, com marcas de vidas pautadas de história. Tranquilamente pelas suas mãos brancas oscilavam os frutos ásperos e pálidos num descascar vacilante, transpondo-se de cestas de vime para luzentes alguidares de barro num som de dança constante. Para um lado iam cascas e sementes, e para o outro, quartos de marmelo num empilhar desigual.
    Depois de frutos banhados, cozidos e esmagados abriam-se pacotes pardos de açúcar, que eram vazados sobre o disposto, como um abafo dos céus.
    Passado algum tempo, fumegavam panelas ao lume perfumando o ambiente de um aroma ácido, doce e forte, que se entranhava na casa como um aconchego ao anunciado frio da estação.
    Por fim, toda a porção era distribuída pelas taças, momento alto da azáfama, pois era chegada a hora de eu poder rapar e lambuzar-me nas sobras quentes e lânguidas do doce agarrado às panelas. Ouvia alguns ralhetes e recomendações, mas o momento era sempre de prazer e brincadeira, que terminava em risos e satisfação.
    Hoje quando confeciono este doce, não o faço com o mesmo apuro e rotina, mas envolvo-o nas lembranças, na contínua tradição e no sentido do aconchego do lar e da família.

  • Ivone Vaz Moreira
    Novembro 29, 2012

    Quando penso em coisas que comia na minha infância e que já não como há imenso tempo, lembro-me sempre do bacalhau dourado da minha avó. Ela costumava fritar umas postas pequeninas de bacalhau que depois envolvia em açúcar. Sempre que falo deste petisco todos acham muito estranho e eu mesma agora me parece peculiar, mas que sabia muito bem, sabia!!

  • Ivone Vaz Moreira
    Novembro 29, 2012

    Entre as minhas memórias de infância está sempre o bacalhau dourado da minha avó, que ela fazia sempre em dias de festa. Costumava fritar umas postinhas de bacalhau pequeninas e depois envolvê-las em açúcar. Sempre que falo deste petisco todos acham estranho e até eu agora me parece peculiar esta mistura entre salgado e doce, mas que era uma delícia, era!!! 🙂

  • Bimbólica
    Novembro 29, 2012

    🙂 Assim que fecho os olhos e recuo no tempo e vou aos tempos da minha infância, vejo que era tão feliz com tão pouco tenho saudades, muitas saudades…saudades do cheiro e do sabor inesquecível da Sopa de Entulho como nós lá em casa lhe chamávamos ahahahahah porque a minha mãe deixava a concha na panela e ela não mexia ficava direitinha isso era motivo de risota enquanto nos deliciávamos com a bela sopa de feijão, lombardo , massa, cenoura, nabo, etc sem esquecer o bem dito chouriço que depois comíamos no pão. Hoje em dia já casada e mãe de 5 filhotes faço eu a Sopa de Entulho não é igual não sei explicar porque faço com muito amor e carinho até porque gosto de cozinhar e bem receber mas não é igual a única coisa que se mantém igual é a risota na hora de servir porque a concha não mexe…

    • Luísa Alexandra
      Novembro 29, 2012

      Eu costumo dizer aos meus filhos que só quando crescemos damos valor ao que tínhamos em pequenos…

      Beijinho!

  • Carina C'
    Novembro 29, 2012

    Desde pequena me lembro de chegar a casa da minha avó e estar aquele cheiro agradável a filhoses, não sei se é por essa razão ou não que ainda hoje não pode faltar na mesa de natal. Nestes últimos anos a minha avó já não tem tanta capacidade para as fazer, no entanto sempre que chego perto dela e lhe peço para me fazer as deliciosas filhoses que só ela sabe fazer, ela no dia a seguir aparece com elas na mesa só para me fazer feliz! As melhores filhoses são sem dúvida as da minha avó!

  • Ricardo Tiago
    Novembro 29, 2012

    adoro o Gerês.
    Beijinhos

  • pedra de sal
    Novembro 29, 2012

    Desde que me lembro a minha avó sempre fez filhoses de abóbora, daquelas que se esticam no joelho… Era uma verdadeira maratona entre o amassar dos ingredientes, levedar, tender, fritar e polvilhar com acucar e canela. Até hoje recordo esses tempos com muita saudade, porque apesar da minha avo nao saber ler, nunca a receita correu mal. Hoje sou eu que as faço, nunca nada que se pareçam com as da minha avo, que todos os anos se lembra de me dizer que faltou isto ou aquilo (escusado será dizer que nunca me referiu esses ingredientes em falta quando me passou a receita). Fosse ou nao a olho, a verdade é que o carinho com que sempre as fez sempre as tornou únicas e irrepetiveis. Estranhamente ou nao, são a cola que une a nossa familia…

  • pedra de sal
    Novembro 29, 2012

    Obrigado Luísa por tornares possível concorrermos a estes livros fantásticos.

  • EMPRESÁRIA DE SUCESSO
    Novembro 29, 2012

    …já lá vão tantos anos mas, ainda hoje recordo a minha saudosa mãe que comigo partilhava os coscorões e o café "das velhas", sim a minha mãe já tinha 45 anos quando eu nasci e lembro-me desde sempre de ser eu a ajudar a fazer os fritos, o odor à laranja, à aguardente, o amassar até "perder" as forças, eu sempre queria fazer tudo, foi tão bom esse tempo, depois da massa lêveda (o cuidado que eu tinha de ir "espreitar" se amassa já estava no ponto) depois íamos fazer os coscorões a massa era estendida sobre a mesa junto à lareira, depois dentro de um grande tacho com azeite, eram feitos os fritos (duravam até ao Ano Novo e tinham um sabor divinal), eu era a 1ª a provar, polvilhado com açúcar e canela aquele frito sabia tão bem e era preciso ser a véspera de Natal para se fazer aquela iguaria…no fim de tudo feito era a vez de se fazer o café naquela cafeteira tão usada e tão preta do fumo, por ser usada directamente junto ás brasas, como foi bom esses tempo, chegávamos a estar até ás tantas da noite a ver os filmes de Natal, só nós as duas (que saudades) a comemorarmos o nosso Natal, sim este era o verdadeiro dia, aquele momento aguardado todos os anos, o bacalhau com couves, o cheirinho e o estômago aconchegado também é e será sempre uma boa recordação, o cabrito e o pão acabadinhos de fazer e que saíam do forno quase ao mesmo tempo, até parece que sinto o seu cheiro e o perú ou o galo tudo criado cá em casa, quando saiam do forno ainda a fumegar e os elogios ás 2 cozinheiras, como eu ficava feliz mesmo sem ter aquele presente tão desejado, como eu era feliz e não o sabia, foram tempos muito difíceis mas, felizmente herdei o amor à cozinha deixado pela minha mãe, quando ela ficou velhota (não pela idade mas pela sua doença) e já bastante debilitada tudo ficou a meu cargo, com as suas preciosas dicas era eu que no dia de Natal tinha a mesa posta com tudo feito por mim para irmãos, cunhadas, cunhado, sobrinhos, amigos e para o meu pai que fazia anos…era eu que com 13/14 cuidava deles (pais) e da casa…não foi fácil mas, ajudou-me a ser em parte a pessoa que sou hoje, nunca tinha escrito isto em publico mas aqui fica uma boa parte de mim 🙂 Beijos e bom Natal 🙂

  • Magda
    Novembro 29, 2012

    –Sonhos tranformados em Pesadelos–
    Esta é uma história que ao contrário de todas as outras é um caso de insucesso, ou seja todos os anos é recordada com muitas risadas por ter corrido tão mal…
    A minha mãe comeu uns sonhos deliciosos em casa de uma vizinha e esta deu-lhe a receita, dizendo que eram estremamente fáceis de fazer. Era uma iguaria nunca antes testada nem provada em casa da minha mãe. A minha mãe lá decidiu testar os tão famosos sonhos e eu e a minha irmã já não arredámos de ao pé dela para a ajudar e para provar claro…
    O problema é que na receita não tinha o modo de confecção, apenas os ingredientes e por isso a massa não foi ao lume, logo quando a minha mãe os tentou fritar aquilo saiu uma bela porcaria. Nós batizamos logo o prato como pesadelos e não sonhos… hehe…
    A minha mãe ficou muito chateada porque correu mal e ela não conseguia entender a razão e eu e a minha irmã riamo-nos que nos fartavamos… Quem acabou por se deliciar foi mesmo o nosso porco porque mais ninguém os conseguiu comer…

  • Gina acasadagigis
    Novembro 29, 2012

    Olá Luísa,

    É com saudade que recordo as filhoses à moda de Viseu que a minha mãe fazia no Natal.
    Lembro-me da minha mãe amassar as filhoses num alguidar muito grande, de as fritar de nós ajudarmos e passá-las por açúcar e canela e eu depois lavar a loiça ( esta parte eu não gostava 🙁 , isto na véspera de Natal à tarde.
    O que eu adorava no dia de Natal de manhã ao pequeno almoço comer uma filhós .
    Como a minha mãe faleceu era eu muito nova ( 16 anos ) e ainda não tinha o gosto pela cozinha a receita perdeu-se com ela com muita pena minha pois não há filhoses como aquelas.

    Bjs

    • Luísa Alexandra
      Novembro 30, 2012

      Por aqui também é assim, e o pior é que esses alguidares são tã grandes que não cabem, nas máquinas de lavar!!! É tudo lavado à mão!

  • Bolos, Doces e Compotas
    Novembro 30, 2012

    Os Natais eram sempre uma alegria, ver a família reunida, brincar com os primos que só víamos nestas alturas festivas, fazer a viagem para "a terra"… que saudades…
    Depois vinham os preparativos para a ceia, as mulheres na cozinha, os alguidares para amassar as filhós… mas a melhor parte era a torta deliciosa da minha avó… Os ingredientes eram envolvidos com a serinidade que só as avós têm e com muito carinho, depois já dentro do tabuleiro, íamos com a avó até à padaria da aldeia onde pedíamos para cozer a torta no forno que tinham a lenha. Por entre pães e pãezinhos a nossa torta cozia num instante. Voltávamos para casa e a avó desenformava aquela massa cozida num pano da louça acabado de retirar da gaveta e polvilhado de açúcar, entretanto fazia o maravilhoso e inigualável recheio de chocolate. Com toda a delicadeza barrava a torta e enrolava-a cheia de mestria. E dali saía a melhor torta do mundo, a da minha avó Lúzia 🙂
    Infelizmente a minha avó já não se encontra entre nós, mas a sua maravilhosa torta estará sempre presente em todos os nossos Natais…

    Obrigado Luísa por nos permitir recordar tão doces recordações.

  • Bolos, Doces e Compotas
    Novembro 30, 2012

    Os Natais eram sempre uma alegria, ver a família reunida, brincar com os primos que só víamos nestas alturas festivas, fazer a viagem para "a terra"… que saudades…
    Depois vinham os preparativos para a ceia, as mulheres na cozinha, os alguidares para amassar as filhós… mas a melhor parte era a torta deliciosa da minha avó… Os ingredientes eram envolvidos com a serinidade que só as avós têm e com muito carinho, depois já dentro do tabuleiro, íamos com a avó até à padaria da aldeia onde pedíamos para cozer a torta no forno que tinham a lenha. Por entre pães e pãezinhos a nossa torta cozia num instante. Voltávamos para casa e a avó desenformava aquela massa cozida num pano da louça acabado de retirar da gaveta e polvilhado de açúcar, entretanto fazia o maravilhoso e inigualável recheio de chocolate. Com toda a delicadeza barrava a torta e enrolava-a cheia de mestria. E dali saía a melhor torta do mundo, a da minha avó Lúzia 🙂
    Infelizmente a minha avó já não se encontra entre nós, mas a sua maravilhosa torta estará sempre presente em todos os nossos Natais…

    Obrigado Luísa por nos permitir recordar tão doces recordações.

  • Bolos, Doces e Compotas
    Novembro 30, 2012

    Natal era sempre uma altura especial, fazíamos a viagem para "a terra", a família reunida, as brincadeiras com os primos que só víamos em alturas especiais…
    A preparação da ceia… as mulheres na cozinha a amassarem as filhós nos alguidares, mas a melhor sobremesa era e será sempre a torta da minha avó.
    A avó envolvia os ingredientes com a ternura e serenidade que só as avós têm, depois já com a massa dentro da forma, íamos com ela até à padaria da aldeia pedir que a colocassem entre os pães e pãezinhos do forno a lenha que por esses dias não tinha descanso. Num instante a massa ficava pronta e lá voltávamos para casa. Retirando um pano da louça da gaveta e salpicando-o de açúcar, a avó desenformava a massa cheia de mestria. Depois, criava o recheio de chocolate mais delicioso que já provei (e já provei imensos…). Gentilmente barrava a massa cozida e com cuidado e saber enrolava o meu doce preferido: a melhor tarte de chocolate do Mundo, a da minha avó Lúzia!!!
    Infelizmente a minha avó já não se encontra entre nós, mas todos os Natais, lá está a torta que ela fazia para nós com tanto carinho e que hoje, somos nós que a fazemos com o mesmo carinho com que ela nos ensinou…

    Muito obrigado Luísa por nos fazer recordar momentos tão deliciosos…

  • Maria
    Novembro 30, 2012

    Filhoses, rabanadas, aletria, azevias, o tradicional bacalhau, tudo fazia parte da nossa mesa de Natal. Nao ficava, porem completa, sem o "Bolo de Familia". E mesmo este o seu nome, um bolo com sabor a Natal que a minha mae fazia pois a mesa nao ficava completa sem ele. Nascida na Ilha da Madeira, a minha mae aprendeu a fazer este bolo tradicional da sua terra, com a sua mae, que por sua vez havia aprendido com a dela.
    So quando sentiamos no ar o cheirinho a canela e especiarias que emanavam do bolo a cozer no forno, e que tinhamos certeza que o Natal havia chegado a nossa casa. Um mes antes de nos deixar, ja bem doente, a minha mae ainda fez este bolo para nos adocar o Natal.
    – Nao ficou tao bom como de costume! – disse com alguma tristeza no olhar. A nos, suas filhas, soube-nos a saudade pois previamos que seria o ultimo feito pelas suas maos. E foi, de facto.
    O ano passado, arranjei coragem e, com uma cabula que ela me tinha dado com a receita ( fazia-a a olho), fiz o bolo para a minha mesa de Natal.
    Comi-o com um amargo de boca e com os olhos marejados de lagrimas.
    Mas voltei, nesse momento, a sentir-me novamente menina.
    A receita do "Bolo de Familia", esta publicada no meu blog.

    • Luísa Alexandra
      Novembro 30, 2012

      Obrigado Maria, gostei muito de ler a tua história.
      A lei natural da vida é que sejamos nós, filhos, a continuar com as tradições dos nossos Pais.

      Beijinhos.

  • Andreia
    Dezembro 2, 2012

    Quando era miúda,na manhã da véspera de Natal ia para casa da minha avó ajudar a fazer as rabanadas e a aletria.Acredito que por vezes atrapalhava mais do que ajudava mas não ninguém me tirava aquele momento.
    Adorava ver a minha avó na cozinha e sempre que podia metia as mãos em tudo.A casa enchia-se com um cheirinho delicioso a fritos e canela.Adorava aquela manhã.
    Ninguém fazia as rabanadas e a aletria como a minha avó.O que eu adorava mesmo era a aletria.
    Nem imaginam o quanto adorava comer a aletria acabada de fazer,por vezes até queimava. Mesmo depois de eu casar,a minha avó continuou a fazer para mim.Acreditem que nunca na vida comerei uma aletria tão boa como a da minha avozinha.Eu própria já tentei fazer mas não tem o mesmo sabor,falta o mão dela.
    O Natal passado foi o último que a minha avó nos fez os seus miminhos.Agora está doente,numa cama e por vezes mal se lembra de nós.
    Este ano serei eu que lhe farei uns miminhos para lhe retribuir todo o Amor que sempre nos deu em todos os momentos.

  • tachosepanelas
    Dezembro 2, 2012

    A minha memória de infancia cheira a canela, especiaria que adoro e que mesmo que estejamos em Agosto faz-me lembrar a época preferida do ano o Natal.
    Canela que a minha mãe põe nas filhoses, nas rabanadas e no arroz doce…
    Rabanadas que adoro e que me lembro que a minha mãe fazia imensas quando era-mos pequenos e que dias após o natal eu e o meu irmão devorava-mos já com o açucar e a canela transformados numa calda doce e peganhenta que nos obrigava depois a lamber os dedos um a um.
    Doces memórias da minha infancia…

  • tachosepanelas
    Dezembro 2, 2012

    A minha memória de infancia transporta-me a cozinha da minha mãe no dia de Natal, ao cheiro da canela usada no arroz doce, nas filhoses e nas rabanadas que comia ainda quentes acabadas de passar pelo açucar e pela canela.
    Adoro rabanadas, quando era pequena a minha mãe fazia imensas e dias após o fim das festas eu e o eu irmão ainda as devorava-mos já com o açucar e a canela transformada numa calda doce e peganhenta que nos obrigava a lamber os dedos um a um.

  • Cacahuete
    Dezembro 3, 2012

    A receita tradicional portuguesa que me persegue desde crianca sao as Popias, uma receita tradicional da minha avo materna com sabor e aromas bem alentejanos. Era elaborada por ela durante todo o ano, especialmente na epoca de Natal para satisfazer os meus constantes pedidos. A primeira dentada as minhas papilas gustativas saltavam da orbita e era impossivel comer so uma. O mais curioso e que so o facto de pensar nas Popias faz-me viajar no tempo e no espaco e quase que posso sentir o cheiro da sua cozinha, utensilios e a decoracao de toda a casa. E pensar nas Popias e pensar na minha avo e em todo o ambiente que a envolvia. E uma pena que receitas antigas se percam no tempo e no espaco e apenas permanecam na memoria de cada um.

    Boa sorte a todos…

  • Piteca
    Dezembro 3, 2012

    A minha memória mais querida é da minha querida avó, que é Alentejana e como tal sempre fez uma sopa de couves com feijão excelente, nunca comi nenhuma tão boa como a dela. Muitas vezes lá iamos para as comer e lembro-me de a ver na cozinha de volta de tachos e panelas, a cortar couves sempre com aquela calma tipica de todas as avós! Uma vez, ao provarmos a soupa reparámos que tinha um sabor estranho, muito diferente do habitual, viémos a descobrir depois que ela tinha posto açúcar em vez do sal na sopa!
    Infelizmente hoje já não me conhece, nem aos filhos, nem a ninguém… mas eu nunca me esquecerei dela nem da sua deliciosa sopinha de couve com feijão!

  • Aida
    Dezembro 4, 2012

    A melancolia no sabor da tarte de maçã!
    Esta é a tarte que sabe imediatamente à minha infância, ao regresso a casa depois das aulas na escola primária, às tardes de outono de sábado quando a minha irmã carinhosamente mas cozinhava e eu as devorava, pespegada no chão do meu quarto, em frente à televisão, enquanto via os desenhos animados, ainda a preto e branco, do Carteiro Paulo – tão doces, tão lindos, tão puros, então. Sabe deliciosamente a maçã com canela mas, sobretudo, tem um travo a um tempo muito terno em que eu era verdadeira e genuinamente feliz, e nem sabia!

  • O Cantinho da Sophia
    Dezembro 4, 2012

    Tenho várias recordações. Uma delas é o arroz de cabidela de frango. Lembro-me dos momentos desde a matança dos frangos, de escaldá-los, depená-los, chamuscá-los, até à fase de os cozinhar. O aproveitar do sangue para a cabidela, lembro-me bem do cheiro característico deste processo todo, muito embora não gostasse de assistir à matança.
    Saía sempre uma cabidela de frango excelente.
    E agora que estamos em época de Natal, lembro-me dos fritos de abóbora da minha avó, batidos à mão, ficavam sempre maravilhosos. Mesmo passados 2 ou 3 dias, os fritos ainda me sabiam melhor.
    Beijinhos

  • Patrícia Pinheiro
    Dezembro 4, 2012

    O Natal lembra-me o chocolate quentinho, super concentrado e bem escurinho na manhã do 25 de Dezembro que partilhava com os meus irmãos enquanto abriamos sofregamente os presentes como se não houvesse amanhã.

    Beijinhos

  • Carla
    Dezembro 4, 2012

    Já sou uma menina crescida, mas não esqueço as sardinhas albardadas, os carapaus limados ou as caldeiradas que a minha mãe trouxe com ela da sua terra natal. Ainda hoje recordo com exactidão cada pormenor desses sabores. As papas de milho com berbigão, as papas de farinha torrada… O cheiro que invadia a nossa casa ainda perdura no meu inconsciente até hoje. Tudo porque a juntar a isso tive uma infância mágica ao lado dos meus irmãos. A vida era simples e deliciosa. Mais palavras para quê?

    Beijinhos e tudo de bom

  • Carla
    Dezembro 4, 2012

    Já sou uma menina crescida, mas não esqueço as sardinhas albardadas, os carapaus limados ou as caldeiradas que a minha mãe trouxe com ela da sua terra natal. Ainda hoje recordo com exactidão cada pormenor desses sabores. As papas de milho com berbigão, as papas de farinha torrada… O cheiro que invadia a nossa casa ainda perdura no meu inconsciente até hoje. Tudo porque a juntar a isso tive uma infância mágica ao lado dos meus irmãos. A vida era simples e deliciosa. Mais palavras para quê?

    beijinhos e tudo de bom

  • Ana Rita
    Dezembro 4, 2012

    Estou aflita. Aflita porque o tempo passa, o avô está a ficar mais velhinho, e eu, ainda não consegui a sua receita da aletria. O meu doce de Natal preferido. A conversa não passa do Benfica, e só no último fim de semana, depois de uma visita ao hospital onde foi submetido a uma pequena cirurgia, é que fiquei a saber que o avó tem uma irmã, e que a bisavó se chamava Laurinda, e que o bisavó não tem nome. A aletria do avô faz-me lembrar a árvore enfeitada com as luzes vermelhas, e verdes, e amarelas, que piscavam uma de cada vez, ficando eu a olhar por tempo indeterminado e a adivinhar a cor que ia piscar a seguir. A aletria do avô tem o nome da avó, tem o cheiro do 4º andar de Lisboa, tem a alegria do tio que eu adoraria que estivesse aqui hoje para me dar um abraço. A aletria do avô tem o riso dos manos a correr pelo corredor e a subir as escadas para o quarto da tia. A alegria do avô tem o sabor de uma vida longa e que se quer bonita e floreada. Adoro-te avô, e quero a receita!

  • Lenita
    Dezembro 5, 2012

    Lembro-me de todos os Natais terem na ementa o bacalhau cozido mas o que o tornava (e continua a tornar) verdadeiramente especial era o molho, feito com azeite, cebola, alho e colorau. Esse é o molho especial de Natal, que só se faz nesse dia e não mais se repete ao longo do ano.
    Bjs

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